Sublimes Conversações

Ou conversações sublimes sobre literatura. Um clube do livro. Uma roda de leitura. Quase um grupo de auto-ajuda. Amigos que nunca se viram sentando-se em volta da fogueira para ouvir histórias contadas por aqueles que vieram antes. Ou em cafés do século XIX. Entre, puxe uma cadeira ou ponta do cobertor, encha sua xícara de chá. Seu copo de "vinho, poesia ou virtude". Embriague-se de letras. Pré requisito indispensável: querer. Bem-vindo a todos.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Lista de personagens e primeiras impressões - CORREÇÕES


E aí, vocês já conseguiram o livro? Começaram a ler? Em que parte estão? Eu estou na segunda parte, capítulo XXI, página 188 da minha edição – que é da Nova Cultural, uma de capa vermelha que saiu nas bancas um tempo atrás, “Imortais da Literatura Universal”.

Preparei uma listinha dos principais personagens e um resuminho básico de cada um. Espero que esclareça alguma coisa. Vocês já sabem como funcionam os patronímicos, né? O nominho do meio que é sempre o pré-nome do pai, com os sufixos “ievith” ou “iviona”, para homens e mulheres respectivamente. O Tolstoi, por exemplo, se chama Leon Nikolaievitch Tolstoi. Isso quer dizer que o pai dele se chamava Nicolau. E o filho dele terá como patronímico Leonevitch ou algo do tipo (não sei exatamente a regra porque não sei russo. Cadê a garota que morou na Rússia? Kukla? Help!). Fora os apelidos. Então um mesmo personagem por ser chamado: pelo apelido; pelo nome e sobrenome; nome e patronímico ou sobrenome, apenas. Aparentemente pode parecer confuso pra quem nunca leu os russos, mas é que nem o “Cem anos de solidão”, do Garcia Márquez, que tem vários nomes iguais: depois que você entende o contexto fica fácil. Pode ser um pouco mais difícil porque são nomes não muito comuns para nós. Por isso eu faço a listinha (pra quem tá achando tudo isso muito óbvio e bobo, me desculpe, mas a proposta do clube é essa).


Vamos lá:


FAMÍLIA OBLONSKI:


Stiepan Arcádievitch Oblonski – apelido: Stiva. Marido de Dolly, irmão de Ana Karênina. Pega a Mademoiselle Roland, professora particular das crianças. Sua mulher fica puta e a Ana vêm pra tentar aliviar a barra do Stiva, já que Dolly gosta muito da cunhada. Bonachão, funcionário público, amigo de todos.

Dária Alieksándrovna Oblonski – apelido: Dolly. Mulher de Stiva. Irmã de Kitty e Natália, filhas da princesa Tchierbátski.


Filhos:


Tatiana: mais velha.

Gricha: apelido do mais novo.

Vássia.
Lili.

(Eles tem vários filhos – não me lembro quantos, algo como 7 – e, até onde eu li, não aparecem e nem têm seus nomes completos ditos).

Moram em Moscou.


FAMÍLIA TCHIERBÁTSKI:


Príncipe Alieksandr Tchierbátski: pai de Dolly, Kitty e Natália.

Princesa Tchierbátski: Mãe.


Filhos:


Dária Alieksándrovna (Dolly, que agora se chama Oblonski, porque casou-se).

Natália Alieksándrovna Lvov (também mudou de nome porque se casou): não aprece muito até a parte em que eu li.

Catarina Alieksándrovana Tchierbátski – apelido: Kitty - a caçula, solteira. Gosta do Vronski. Liêvin é apaixonado por ela.

Tchierbátski: único filho homem.

Também moram em Moscou.


FAMÍLIA KARÊNIN:


Alieksiei Alieksandrovitch Karênin: marido de Ana; alto funcionário em São Petesburgo. Meio mala.

Ana Arcadiêvna Karênin: sua mulher e protagonista do livro. Terá um caso com Vronski.

Sérgio Alieksandrovitch Karênin – apelido: Sierioja. Filho do casal. Tem oito anos.


FAMÍLIA VRONSKI:


Conde Kiril Ivánovitch Vronski: pai.

Condessa Vronskaia: Mãe.

Alieksiei Kirílovitch Vronski: moço bem relacionado, se apaixona por Ana. Freqüenta os Tchierbátsky. Um fanfarrão.

Alieksandr Kirílovitch Vronski: irmão.


Transitam entre Moscou e São Petesburgo.


FAMÍLIA LIÊVIN:

Constantino Dmítrievitch Liêvin – apelido: Kóstia. Esse cara é muito importante. Ao lado da Ana, ele é meio que outro protagonista. É apaixonado pela Kitty, se declara logo no início do livro. Mora no interiorrrr, numa fazenda. Defende a aristocracia, mas tem posturas bastante progressistas – é um entusiasta da ciência.

Nicolau Dmítrievitch Liêvin: irmão gêmeo de Constantino, é o pária da família. Abriu mão de bens materiais, se envolveu com uma prostituta e tem uma posição política favorável aos menos abastados. É o irmão doidão.

Sérgio Ivánovitch Kósnichev (se alguém puder me explicar porque esse cara é irmão, mas tem um nome completamente diferente do outros dois eu agradeço): irmão mais velho, mora em Moscou.

Há muitos outros personagens coadjuvantes, mas não quis cansá-los, pois esses são os que realmente importam.


***


Estou achando bastante interessante os debates desenvolvidos no livro que revelam muito sobre o século XIX. – e mesmo do próprio Tolstoi.

Logo no Cap. XI, da Parte I, há uma discussão interessante sobre o papel do Estado – se lembrarmos que Tolstoi é tido como um seguidor ou precursor de um anarquismo cristão (e o anarquismo se baseia pela ausência de Estado ou um Estado mínimo) faz todo o sentido.

Sobre o espiritismo também é bastante interessante a passagem no cap. XIV da Parte I, quando Liêvin se mostra um cético em oposição a todo o resto da sala.

Nicolau Liêvin, o gêmeo de Liêvin, tem visíveis inclinações socialistas, que podem ser vistas no cap. XXV, da Parte I.

No cap. I, da Parte II, é possível vermos uma crítica à medicina e aos médicos charlatões.

Em suma: ele debate com as principais ideologias do século XIX – socialismo, positivismo, cientificismo – sem, entretanto, se posicionar ao lado de nenhuma; mostrando o conflito da coexistência entre essas concepções, que muitas vezes aparecem ao mesmo tempo na mesma pessoa. Um mundo cheio de crendices sendo suplantado por um cientificismo que, ao mesmo tempo, não encontra total adesão.

Lógico. Idéias não param de existir só porque outras surgem. Dãã. E às vezes a gente acredita em coisas quase opostas.

Por enquanto é só, pessoal.

10 comentários:

Anônimo disse...

carrie baby, vc lê pensamentos! eu tava pensando justamente em fazer isso, até já comecei a escrever os nomes dos personagens em fichas de acordo com os núcleos!
ai q fofo, estamos mto conectadas!!
ainda to no capítulo 10 (comecei o livro na segunda) e não conheço essa galera toda, mas é uma ótima ajuda.
mil bjs

Anônimo disse...

Caramba! Estou impressionado com o denodo de vocês... Eu estou todo atrapalhado esta semana, não deu nem pra pegar no livro ainda...

Uma dica: Achei um outro site no qual se pode baixar a obra: É esse aqui:

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp

Ao procurar pelo título, tem que escrever Anna Karenina (com dois NN).

Bjs, do
Alvaro

Carrie, a Estranha disse...

Bellinha,

Comecei a ler sexta e estou aproveitando pra adiantar agora, nas "férias".

Vc vai ver, os núcleos vão surgindo. Muita gente vai entrar ainda.

Álvaro,

A gente tem q dar o exemplo, né?Valeu. Só explica o q é "denodo" q a ignorância aqui é grande! Rsrsrs...

Bjs

Carrie, a Estranha disse...

Obrigada pelo link! Vou add na lista.

Anônimo disse...

pois é alvaro, tb não entendi esse lance do "denodo" não... achei q vc tinha digitado errado!
carrie, minhas férias estão quase chegando,mas essa semana ainda tá uma loucura no trabalho com o fechamento de td, por isso q ainda esou com a leitura meio devagar....
bjks

Bia disse...

Olá a todos!

Cheguei nesse blog somente agora, e estou babando! E amando! Nossa, essa foi uma idéia tão legal e vocês colocam tudo de um jeito tão simples que até quem normalmente ficaria constrangido e sem jeito de entrar, por não entender muito de nada (eu), acaba se sentindo à vontade! Muito obrigada, meninas!

Vou comprar o livro imediatamente e começar a ler.

Já disse que foi uma idéia linda? =)

Anônimo disse...

obrigada bia!
a intenção do blog é ser simples mesmo,até pq, ninguém aqui é especialista!
q bom q gostou!
volte sempre.
bjks

raquel winter kreischer disse...

oi,
Eu já li Anna Karenina, é um dos meus livros favoritos, mas o engraçado é que eu gosto mais do "sublivro" que tem dentro, da história da Kitty e do Lievin, morro de inveja dos dois... aiai. não existem mais casamentos como os de antigamente. Eu sou incorrigivel, não desisto do romantismo nem sob porrada cerrada. Mesmo que hoje romantismo na minha vida seja apenas uma hípótese descartada. whatever. isso é assunto pro meu blog.

Carrie, a Estranha disse...

Oi, Bia!

Nossa, q elogio! Puxa, é muito legal saber q a gente contribuiu para alguém ter interesse em ler uma obra. A idéia é essa: torcarmos a experiência de ler. Não se acanhe em dizer se não estiver gostando ou entendendo.

Raquel,

Eu defendo q nós precisamos de um novo referencial de amor. Mas, como vc bem o disse, isso é um assunto pro meu blog.

Bjs

Anônimo disse...

Sérgio Ivánovitch Kósnichev tem nome diferente dos irmaos porque e irmao so materno deles