Sublimes Conversações

Ou conversações sublimes sobre literatura. Um clube do livro. Uma roda de leitura. Quase um grupo de auto-ajuda. Amigos que nunca se viram sentando-se em volta da fogueira para ouvir histórias contadas por aqueles que vieram antes. Ou em cafés do século XIX. Entre, puxe uma cadeira ou ponta do cobertor, encha sua xícara de chá. Seu copo de "vinho, poesia ou virtude". Embriague-se de letras. Pré requisito indispensável: querer. Bem-vindo a todos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sobre a figura aí de cima

A figura que ilustra nosso blog é de William Blake e seu título original é: Oberon and Titania with their Train (Shakespeare, A Midsummer Night's Dream V). Ou seja, é uma pintura ilustrativa da peça Sonho de uma Noite de Verão de Shakespeare. Carrie acha que a figura ilustra a idéia do grupo e mesmo não conseguindo formatá-la do jeito que queria, resolvemos deixá-la aí. Gostaram?

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Um pouco sobre Blake


Wiiliam Blake nasceu em Londres em 1757. Quando tinha 10 anos começou a estudar desenho incentivado por seu pai. Se tornou aprendiz aos 14 anos e desenvolveu seu talento ainda mais. Trabalhou como ilustrador e professor de desenho. Além disso, também escrevia poemas e sua primeira obra ilustrada, Poetical Sketches, veio em 1783. Songs of Innocence foi publicada em 1789 seguida por Songs of Experience cinco anos depois.


O radicalismo político de Blake se intensificou nos anos precendentes à Revolução Francesa. Ele começou a escrever sobre a revolução, mas esses poemas ou foram destruídos ou nunca terminados e apenas o primeiro livro de uma série que conteria outros sete circulou. Blake não apoiava o racionalismo iluminista, a religião institucionalizada e o casamento tradicional em sua forma legal e social (apesar dele mesmo ser casado). Durante a década iniciada em 1790 e após, ele mudou sua voz poética de lírica à profética e escreveu uma série de extensos livros proféticos, incluindo Milton (1808) e Jerusalem (1820). Esses livros reunem mitologia e simbolismo criados pelo próprio Blake e sugerem uma nova ordem social, intelectual e ética.


Blake publicou ele próprio praticamente toda sua obra através de um processo no qual os poemas eram gravados à mão com ilustrações e imagens decorativas em pratos de bronze. Era um trabalho caro e árduo e resultou numa pequena circulação dos poemas de Blake durante sua vida. A conseqüência disso tudo foi um desafio que os estudiosos do autor tiveram que enfrentar, o que tem interessado tanto a críticos literários quanto a historiadores da arte. A maior parte das pessoas que estudam Blake, defendem a necessidade de se considerar seu trabalho gráfico conjuntamente com o escrito, não dissociando assim, um do outro. Podemos imaginar que o próprio Blake pensava assim também.


Durante sua vida, Blake enfrentou diversos problemas financeiros e guardava um certo ressentimento pela falta de reconhecimento de seu trabalho. Em 1809, após o fracasso de uma exposição organizada por ele mesmo, Blake cai em depressão profunda e é a partir desse momento que ele começa a escrever ainda mais os poemas em tom profético mencionados acima. Por causa disso, passou a ser visto por seus contemporâneos como excêntrico e louco acabando por falecer em 1827, ainda sem o devido reconhecimento. Este só veio mesmo no século 20.
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Quem quiser saber mais sobre Songs of Innocence e Songs of Experience pode clicar aqui. Mais sobre Blake nesse outro link. Os dois são em inglês. Falando nisso, eu queria colocar aqui um dos poemas de Blake, mas não tenho a tradução de nenhum... Se alguém tiver, poderia enviar pra gente, por favor?

2 comentários:

Carrie, a Estranha disse...

Bellinha,

òtima lembrança! Ah, coloca em inglês mesmo.

bj

Anônimo disse...

Carrie, vou ver se acho alguma tradução bacana, aí coloco o original e o traduzido num post bilíngüe!
bjs