Sublimes Conversações

Ou conversações sublimes sobre literatura. Um clube do livro. Uma roda de leitura. Quase um grupo de auto-ajuda. Amigos que nunca se viram sentando-se em volta da fogueira para ouvir histórias contadas por aqueles que vieram antes. Ou em cafés do século XIX. Entre, puxe uma cadeira ou ponta do cobertor, encha sua xícara de chá. Seu copo de "vinho, poesia ou virtude". Embriague-se de letras. Pré requisito indispensável: querer. Bem-vindo a todos.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Ana Karenina.

Terminei de ler Ana Karenina, e confesso (por favor, não me matem) eu não gostei. Como foi a primeira obra russa que li, atribuo esta minha rejeição a falta de familiaridade com a literatura russa. A história é linda e trágica, mas acho que o texto de Tolstoi por ser rico em detalhes (até d+) é muito longo, talvez se a história tivesse metade dos capítulos que tem cativaria mais. O pulo do gato de Tolstoi, e que chamou minha atenção foi colocar como protagonista uma pessoa que foge completamente do estereótipo de boa menina. Ana que a principio se mostrava uma recatada e dedicada dona de casa e boa mãe, mas que se perde de amores por um “fedelho” que mal sabe o que quer da vida e que não tem maturidade suficiente para encarar todos os percalços de uma relação proibida. Ana além de adultera se revela ao longo da história, uma mulher egoísta e de personalidade fraca, que se perde no vício e não tem coragem de encarar a realidade de frente usando o suicídio como escape. Bem diferente do que vemos em romances clássicos como este, o par romântico da trama não cativa. Interessante foi ver retratada a sociedade russa da época, que não era tão tradicional e puritana como eu pensava, havia principalmente nas mulheres uma certa ousadia comportamental, imagino a discussão que o livro deve ter causado na época. O grande deleite do livro sem dúvida (e o que me fez terminar o livro) é a história paralela de Liévin e seus conflitos, por quem é difícil não se apaixonar, desde que entra na história rouba a cena, o que só serviu para enfraquecer ainda mais o enredo principal. Então que venha o próximo livro, quem sabe minha receptividade para o próximo “russo” seja melhor.

2 comentários:

Carrie, a Estranha disse...

Ufa! Finalmente alguém falou alguma coisa! Rsrsrs...

Bom, como já disse no meu texto, concordo q o casal Ana e Vronski não seja o mais cativante, mas discordo sobre o suicídio dela ter sido um escapismo. Acho q ela pirou. Ela realizou o seu sonho, mas não teve peito de encarar - talvez por culpa de ter abandonado o filho, não sei. Me parece, naquele final, que ela fez tudo para estragar o romance com o Vronski. Duvidou o tempo todo do amor dele. Acho q ela entrou em um processo neurótico.

Anônimo disse...

Bom, em primeiro lugar quero parabenizar pelo conteúdo interessante e inteligente. Cheguei ao seu blog pesquisando sobre Anna Karenina. Ando fascinado pelas mulheres literárias do século XIX. Anna, Ema, Capitu, Luísa...
Estou com dificuldades para encontrar o livro do Tolstoi. Entrei em contato com a personagem através do cinema, mas nada como as palavras do autor para entendermos a profundidade da obra.
Um abraço e espero que o blog continue oferecendo um bom material de pesquisa.
Nelson Marques
http://memoriasperturbadas.blogspot.com