Terminei de ler Ana Karenina, e confesso (por favor, não me matem) eu não gostei. Como foi a primeira obra russa que li, atribuo esta minha rejeição a falta de familiaridade com a literatura russa. A história é linda e trágica, mas acho que o texto de Tolstoi por ser rico em detalhes (até d+) é muito longo, talvez se a história tivesse metade dos capítulos que tem cativaria mais. O pulo do gato de Tolstoi, e que chamou minha atenção foi colocar como protagonista uma pessoa que foge completamente do estereótipo de boa menina. Ana que a principio se mostrava uma recatada e dedicada dona de casa e boa mãe, mas que se perde de amores por um “fedelho” que mal sabe o que quer da vida e que não tem maturidade suficiente para encarar todos os percalços de uma relação proibida. Ana além de adultera se revela ao longo da história, uma mulher egoísta e de personalidade fraca, que se perde no vício e não tem coragem de encarar a realidade de frente usando o suicídio como escape. Bem diferente do que vemos em romances clássicos como este, o par romântico da trama não cativa. Interessante foi ver retratada a sociedade russa da época, que não era tão tradicional e puritana como eu pensava, havia principalmente nas mulheres uma certa ousadia comportamental, imagino a discussão que o livro deve ter causado na época. O grande deleite do livro sem dúvida (e o que me fez terminar o livro) é a história paralela de Liévin e seus conflitos, por quem é difícil não se apaixonar, desde que entra na história rouba a cena, o que só serviu para enfraquecer ainda mais o enredo principal. Então que venha o próximo livro, quem sabe minha receptividade para o próximo “russo” seja melhor.
quarta-feira, 12 de março de 2008
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2 comentários:
Ufa! Finalmente alguém falou alguma coisa! Rsrsrs...
Bom, como já disse no meu texto, concordo q o casal Ana e Vronski não seja o mais cativante, mas discordo sobre o suicídio dela ter sido um escapismo. Acho q ela pirou. Ela realizou o seu sonho, mas não teve peito de encarar - talvez por culpa de ter abandonado o filho, não sei. Me parece, naquele final, que ela fez tudo para estragar o romance com o Vronski. Duvidou o tempo todo do amor dele. Acho q ela entrou em um processo neurótico.
Bom, em primeiro lugar quero parabenizar pelo conteúdo interessante e inteligente. Cheguei ao seu blog pesquisando sobre Anna Karenina. Ando fascinado pelas mulheres literárias do século XIX. Anna, Ema, Capitu, Luísa...
Estou com dificuldades para encontrar o livro do Tolstoi. Entrei em contato com a personagem através do cinema, mas nada como as palavras do autor para entendermos a profundidade da obra.
Um abraço e espero que o blog continue oferecendo um bom material de pesquisa.
Nelson Marques
http://memoriasperturbadas.blogspot.com
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