Terminei de ler Ana Karênina, minha gente! Demorei um mês.
Eu gostei muito. É o típico “romanção” do século XIX. Me lembrou um pouco Madame Bovary.
Sem dúvida o personagem mais complexo é o Liêvin. Talvez por ser bastante parecido com o próprio Tolstói.
O livro é bastante ingênuo. Ao contrário de qualquer livro de Dostoievski, seu conterrâneo e contemporâneo – ainda que não caibam comparações em arte (e na vida) fica difícil não comparar.
Chega de falar sobre o livro, se não na nossa discussão (março) não terei mais nada pra falar.
É impressão minha ou as pessoas não estão gostando muito do livro? Sei lá, esse blog tá muito parado…
Em que parte vocês estão?
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Comecei a ler “Freud e o Estranho. Contos Fantásticos do inconsciente” (TAVARES, Bráulio (org.). Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007). É uma coletânea de contos fantásticos da virada do século XIX pro XX, partindo do texto de Freud, “Das Unheimliche” (O Estranho), de 1919, onde o autor analisa o conto “O homem de areia”, de E.T.A. Hoffmann.
São todos contos que remetem ao Estranho, ao Fantástico e ao Inexplicável.
Confesso que sou fã ardorosa desse gênero. Gosto do policial e do terror, mas o fantástico é muito mais sutil e o que eu mais gosto dentre esses.
É interessante a classificação que Bráulio Tavares, o organizador da coletânea, faz logo no prefácio sobre os autores fantásticos. Para ele, seriam de três tipos: A) O Profissional, aquele que usa o Fantástico apenas como ferramenta estilística, sem acreditar necessariamente nele, sendo pragmáticos e materialistas nas suas vidas. Exemplos: Borges, Garcia Márquez, H. P. Lovecraft…;B) O Simpatizante, aquele que estuda temas do ocultismo, que acredita na possibilidade no Fantástico irromper a vida cotidiana. Como exemplos: Júlio Cortázar, Ítalo Calvino, Guimarães Rosa e outros e, por fim, C) O Autor Fantástico, cito: “o que literalmente experimenta rupturas com a realidade, seja por meio de drogas, do cultivo de estados alterados de consciência, seja através de paranóias ou neuroses que o conduzem com freqüência a estados semi-alucinatórios, semidelirantes, que contaminam a ficção”. Exemplos: Antoine Artaud, William S. Burroughs, Clarice Lispector e Edgar Allan Poe.
Ainda que eu não concorde exatamente com o fato de que Clarice apresente um “estado alterado de mente” (pra mim ela é um estado lúcido de mente), sem dúvida essa é a minha turma. Por compartilhar de seus textos – ou de seus estados alterados de mente.
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Aliás, pensando nisso, resolvi elaborar uma lista dos meus autores prediletos. Aí vai (sem nenhuma hierarquia):
Clarice Lispector
Edgar Allan Poe
Rubem Fonseca
Machado de Assis
Érico Veríssimo
Woody Allen
Virgínia Woolf
Kafka
Paul Auster
E vocês? Quais são seus autores preferidos?